Entrevista #2

28 de setembro 2015

 

Cândido Monteiro

ENGENHEIRO CIVIL  |  PILOTO

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Fast & (not) Furious

 

 

Lema de vida

Não tenho um lema.

Mas há uma frase que uso muitas vezes:

“Mais nunca é demais!”

Nacionalidade: Portuguesa

Naturalidade: Leiria

Idade: 30

Profissão: Engenheiro Civil

Função: Diretor de Obra, Casais Angola

Aos seis anos trocava os parques de diversão e as feiras populares por ralis. Aos 18 tirou a carta e decidiu que queria ser piloto automóvel. Aos 28, finalmente, comprou um carro de corrida clássico, como sempre sonhou: um japonês Datsun 1200 de 1971.

 

Quando questionado sobre as semelhanças entre o ambiente de obra e um rali, Cândido Monteiro, engenheiro civil de profissão e piloto automóvel a part-time, apenas pensa no “stress” de ambas as atividades. “Se pudesse fazer disto a minha vida? Fazia-o, sem dúvida!”, revela.

 

Desde criança acompanhava o pai - com quem passou a partilhar a eleição por este programa de lazer – nas plateias das corridas. Com várias ligações familiares ao ramo automóvel, este aprendiz de piloto conta que o interesse foi “cultivado”, sempre com o apoio da família. No entanto, em pouco tempo, as experiências enquanto mero espetador deixam de ser suficientemente aliciantes para Cândido. Sair da berma, sentar-se ao volante de um carro, carregar no acelerador e ter controlo da sua própria corrida passaram a ser objetivos a cumprir. “Tantos anos a idealizar isto, sem conseguir, a verdade é que já estava a ficar desmotivado. Sem carro e sem patrocínios era quase impossível participar nas competições”, explica.

“Se pudesse fazer disto a minha vida? Fazia-o, sem dúvida!”

Em 2015, Cândido oficialmente “hits the road”! Com a expectativa da estreia, arrancou sem olhar para trás nos circuitos das Rampas da Penha, da Falperra e Porca de Murça. Mas os planos passam também por acelerar e levantar pó no Caramulo. “É uma sensação de realização brutal. Um sentimento de concretização inexplicável”, confessa Cândido. Com o apoio e ajuda da família e amigos, o ano passado conseguiu uma viatura e algumas verbas: “A minha primeira corrida não podia ter sido melhor! Não tive qualquer acidente ou contratempo.”

 

Tendo a paixão como combustível e a calma como refrigerador, o desporto automóvel não é para todos: é preciso frieza, concentração e muita calma. “Às vezes a adrenalina atrapalha”, explica. Há adversidades que são necessárias contornar e nervos que precisam de ser controlados. “É um desporto de risco, num segundo pode acontecer um acidente”, afirma Cândido. Por isso, há trabalho de casa, antes de cada corrida: estudar o terreno e traçado, treinar com o carro e estar psicologicamente preparado, para que tudo corra pelo melhor.

 

A viver, atualmente, em Angola, Cândido não tenciona desistir deste desporto. Aquilo que os outros veem como sacrifício, Cândido vê como oportunidade e opção. “Tento sempre marcar as minhas férias de forma a coincidirem com as competições. Por vezes, nem chego a ir a casa. Saio do avião e vou direto para a corrida.” Não é fácil, confessa. Mas vale a pena. As dificuldades, essas passam para segundo lugar assim que o motor mostra a sua potência na estrada.

 

Cândido Monteiro é atleta federado na modalidade de “Montanha” (vulgarmente conhecida por “Rampas”). Na primeira quinzena de setembro correu no Caramulo e saiu com o título de Vencedor da Taça Nacional de Clássicos de Montanha 2015.

 

Porque os sonhos, às vezes, também se tornam realidade.

Datsun 1200

Ano da viatura: 1971

Cilindrada: 1171cc

Potência: ±100 cavalos

Peso: 689 Kg

Portas: 2

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