Entrevista #20

24 de março 2017

 

Vítor Sousa

TÉCNICO DE COMPRAS | VOLUNTÁRIO

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Promessa de Voluntário

Nacionalidade: Portuguesa

Naturalidade: Trofa

Idade: 33

Função: Técnico de Compras

No Grupo Casais há seis anos

Em que mercados/empresas do Grupo já trabalhaste? Em Portugal, Bélgica, Gibraltar e recentemente Angola

 

Lema de vida: “Para ser grande, sê inteiro (…)

Sê todo em cada coisa. Põe quanto és

No mínimo que fazes.”

(Ricardo Reis, Heterónimo de Fernando Pessoa)

Diz ser uma honra e um privilégio poder servir os outros. Dos 15 aos 80, todos os peregrinos precisam de apoio físico e emocional nas suas “caminhadas espirituais”. Vítor Sousa faz voluntariado no Corpo de Voluntários da Ordem de Malta (CVOM) há 12 anos e tudo começou com um acaso.

 

Em 2005, quando era ainda estudante do curso de Engenharia Ambiental, o técnico de compras da Casais Gibraltar recebeu um pedido de um amigo: “O meu colega era voluntário e não podia, nesse ano, apoiar o CVOM. Então pediu-me que eu fosse. E, como não tinha nenhum compromisso nesse período, aceitei. Mas, no dia anterior, parti o nariz. Estive mesmo para não ir, mas como já me tinha comprometido, não podia falhar!” A partir daí, Vítor não conseguiu mais deixar o voluntariado.

“… É uma oportunidade ajudar as pessoas e sentir-me útil. Enquanto assim for, hei-de continuar, mesmo por cima do cansaço.”

Já em campo, o dia começa de madrugada e termina quando os peregrinos retomam o seu caminho. O ritmo é acelerado e, por vezes, não é fácil dar apoio a todos. No CVOM há espaços para as massagens e espaços para curativos. O tratamento começa com o ritual do “lava-pés”: “É uma forma de quebrar o gelo e ganhar a confiança do peregrino, ao mesmo tempo que relaxam. Muitas vezes estão sob uma carga emocional e física muito grande e não é fácil!”. É, essencialmente, a fé que move estes peregrinos. Promessas, desafio pessoal ou jornada espiritual. Ao longo de mais de uma década de serviço, Vítor diz já ter visto muito: desde pessoas que se fazem ao caminho com a roupa do corpo, até pessoas que fazem dezenas de quilómetros sem qualquer preparação física. “Uma vez chegou-nos uma senhora de 74 anos que, a única queixa que tinha, eram as dores nas costas. Pés, pernas, tudo em ordem e nem uma bolha”, revela o técnico da Casais Gibraltar. A sensibilização dos cuidados a adotar numa caminhada também é feita em campo, muito à base do diálogo e da distribuição de flyers informativos.

 

Existe sempre um médico presente, assim como enfermeiros e outros profissionais da área da saúde. Por vezes, conta o engenheiro ambiental, não é fácil demover os peregrinos e convencê-los de que precisam de parar, ou mesmo desistir, nos casos mais grave, sobretudo os que vão em promessa: “É sempre preciso muito cuidado ao chamar as pessoas à razão, também por isso temos sempre um padre disponível.”

 

Cada voluntário tem a sua função minimamente definida. Contudo, em caso de necessidade, todos ajudam onde for necessário. Mas há coisas que são comuns a todos os postos de trabalho: a boa disposição e o espírito de entreajuda! Vítor diz já ter feito amigos que o acompanham neste projeto, e até a sua mãe já se rendeu ao voluntariado no CVOM.

 

Se pudesse destacar uma palavra que resumisse a sua atividade no CVOM, este engenheiro escolhia “serviço” pois, acredita ser a mais pura forma de estar em sociedade. Vítor não pensa desistir e até lhe agrada a ideia de tirar um ano sabático e dedicar-se ao voluntariado. Por agora, os momentos vão sendo colecionados e os sorrisos funcionam como forma de agradecimento. As amizades crescem proporcionalmente à experiência. É-lhe já natural ser voluntário. “Já nem penso sobre isto… É uma oportunidade ajudar as pessoas e sentir-me útil. Enquanto assim for, hei-de continuar, mesmo por cima do cansaço.”

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